quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A utilidade das coisas

"...E por fim, quem muito se demora no mundo, como eu, termina por se convencer que no mundo não há coisa ou ser inútil.Ainda ontem eu lia no jornal do Porto, que por fim, segundo se descobriu, são as minhocas que estrumam e lavram a terra, antes de chegar o lavrador e os bois com o arado. Até as minhocas são úteis. Não há nada inútil... Eu tinha lá na residência uma porção de cardos (plantas espinhosas consideradas pragas da lavoura) a um canto da hora, que me afligiam. Pois refleti e terminei por me regalar com elas em xarope.(...)"


Eça de Queirós - A Cidade e as Serras

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